Recuperado, o caõzinho curte o dono e a nova vida
O humorista Danilo Gentili faz piada de tudo, mas tem um assunto que o deixa sério e preocupado: os maus tratos aos animais. “Quando falo isso, todo mundo me xinga, mas tenho uma escala de coisas que mais mexem comigo: animais, crianças e velhinhos”, diz Danilo. No início de julho, ele estava andando de carro com a sua mãe, quando se deparou com um cachorrinho jogado na rua, todo machucado (foto abaixo). Depois de muito esforço, os dois conseguiram colocar o cãozinho no carro para levar ao veterinário. Em uma cadeira de rodas para animais, Dentinho, como o cachorro foi batizado pela mãe de Danilo – que insistia em dar ao bichinho o nome de Professor Xavier (em referência ao personagem das HQs de X-Man, que anda de cadeira de rodas) –, foi adotado pela família e vive em Santo André. Conversei com o humorista, que me contou os detalhes da história. Veja:
Bicho em casa – Como foi a historia do cachorrinho que você pegou na rua?
Danilo – Minha mãe e eu estávamos no carro e vimos um cachorro paralisado, todo espancado, machucado. Ele não mexia nada, só a cabeça. Aí, a gente parou, mas não dava para pegá-lo, porque ele estava muito arisco, queria morder e tal. Ele devia estar há semanas ali e só mexia o pescoço. Então, tinha um monte de mato ao redor, mas onde estava a cabeça, que era a única parte que ele conseguia mexer um pouco, só ficou terra. Ou seja, ele ficou semanas ali, só comendo mato, até onde o pescoço alcançava. Conseguimos pegá-lo, colocamos no carro e o levamos para o veterinário. Depois de alguns dias, ele começou a mexer as patas da frente. O cachorro ficou paralítico da cintura pra baixo e agora a gente está com ele. Já mandamos fazer aquela cadeirinha de rodas de animais.
BC – Ele deve ter ficado todo traumatizado…
D – É, ele ficou traumatizado, mas vai perdendo aos poucos. Ele deve ter apanhado muito porque quando a gente pega, ele quer moder. Ele é bravo. Só a minha mãe que ele não morde, porque ela cuida dele e tal. Mas esse não é o primeiro cachorro paralítico que a gente pega. Tem uma história, que foi, mais ou menos, há uns 15 anos. Achamos um cachorro paralítico na rua e pegamos pra cuidar. Na época, meu pai e minha irmã eram vivos e a gente morava em um cômodo sem quintal: eu, meu pai, minha mãe e minha irmã. Tinha um terreno baldio perto de lá, então, começamos a cuidar dele ali. Depois de um tempo, passou um cara na rua, que viu e disse que o cachorro era dele. Ele levou o bichinho embora e depois de um tempo, voltou com o cachorro andando.
BC – E você sempre gostou de cachorro?
D – Sim, sempre gostei de animais.
BC – Esse caso foi um, entre muitos outros de animais abandonados e muitas vezes maltratados. Você acha que há algum tipo de política que poderia, se não resolver, amenizar a questão?
D – O que mais mexe comigo é a covardia de ter um animal maltratado. Para mim, a escala é: animal, criança e velhinho. Quando falo isso, todo mundo me xinga. Mas, não sei. No Brasil, tem tanta coisa para ser feita. As pessoas não cuidam nem do ser humano. Não é dos animais que vão cuidar. Tem algumas coisas que as pessoas precisam aprender a olhar e ver: um ser menor depende de você e é covardia fazer o que se faz.
Fonte:Rede Estimação
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