quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Rafael Cortez põe o CQC de lado e pega o violão para lançar o primeiro CD
Sem o terno e os óculos escuros típicos do programa Custe o que custar (CQC), Rafael Cortez é outro. Ao deixar o microfone e as ácidas perguntas aos políticos do Congresso de lado, ele ganha a faceta serena de violonista instrumental. Músico desde os 17 anos (agora tem 34), ele divulga o primeiro CD Elegia da alma, independente, com 15 faixas, todas de sua autoria. “Optei por ser independente porque eu queria acabar logo com essa história. As gravadoras me receberam pela porta da frente, mas na hora de mover o projeto, elas questionavam: ‘Onde o humor vai entrar aqui? Como fazer a coisa divertida?’ E não tem como fazer a coisa divertida”, explica.
O disco foi idealizado, dirigido, produzido e financiado por ele. O projeto, 100% autoral, conta com um encarte com 30 fotos e dezenas de textos que contam história do violão e como as composições foram criadas . “Esse material dará o embasamento para o público conhecer o novo Rafael musical”, explica o músico, que escolheu fazer um processo de finalização mais elaborado para dar ao público um material inédito e desestimular o download e a pirataria.
Outra preocupação do artista foi a polêmica em torno dos outros companheiros de CQC: Rafinha Bastos e Danilo Gentili (a dupla causou indignação do público com piadas preconceituosas). Os comentários podiam ser um empecilho na divulgação do CD, mas Cortez acredita que tanto a imprensa quanto o público souberam distinguir as pessoas. “Não acredito que as coisas ditas por eles possam influenciar no meu trabalho. Até porque não acredito que as controvérsias criadas possam ser levadas tão a sério. Na verdade, não acredito muito nos dois”, diz, rindo.
Tantas musas
Elegia da alma saiu do forno e já vem em tom de despedida. Para o músico, o disco encerra o ciclo de violão instrumental e abre possibilidades para novos projetos. Um dos desejos dele é ter uma banda de MPB, mas os fãs podem ficar tranquilos, ele ainda será um dos “homens de preto” de Marcelo Tas por um bom tempo. “Não atrelo minha música ao CQC e ela não será o fator que desencadeará minha saída do programa”, pontua o músico-jornalista, que tem contrato com a Band até o fim de 2012.
O álbum de estreia também é uma homenagem a pessoas importantes para o artista, como a cantora e violonista Badi Assadi (Badica), a avó (Helena) e a grande musa, Nara Leão (Encantada). “Todas nasceram de uma forma muito espontânea. A única composição que eu fiz sob encomenda foi para a bailarina Andrea Thomioka e só pude fazer porque eu estava envolvido emocionalmente com ela. A minha inspiração é essencialmente emotiva e foi o que aconteceu com a música que eu escrevi para a Nara. Na véspera, assisti a alguns vídeos dela e quando acordei, peguei o violão e a música saiu quase completa. Foi como um sopro”, revela.
Por Maíra de Deus Brito, do Correio Braziliense
Fonte:Pernambuco.com
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