quarta-feira, 9 de maio de 2012

Vereadores processarão o CQC

Imagens descaracterizadas, exibidas no programa, são o motivo da revolta

O quadro do programa humorístico CQC sobre a Câmara do Recife, exibido na última segunda-feira (7), na Rede Band, renderá ações na Justiça para reparação de danos. O teor da matéria do repórter Ronald Rios foi o reajuste de 62% nos salários dos vereadores (para o quadriênio (2013-1016), mas alguns deles se sentiram ofendidos quanto à forma que suas imagens foram utilizadas. Vera Lopes (PPS), que deu entrevista ao programa quando a equipe esteve na Casa há duas semanas, disse que se sentiu incomodada ao se ver caracterizada com um chapéu de bruxa e verruga no nariz.

Marcos Di Bria “ganhou” uma língua para fisgar mosca

VERA Lopes apareceu “transformada” em bruxa

“Não acho nada demais a utilização de minha imagem, até porque concedi a entrevista, mas daí a me descaracterizar, é demais. Bruxa é uma coisa negativa. Não acho que isso me prejudica, mas é um desrespeito a este Poder”, disse a pós-comunista. Ela adiantou que a possibilidade de entrar com uma ação contra o humorístico está sendo avaliada por seu advogado.

Outro vereador a se sentir ofendido foi Marcos di Bria (PTdoB), que também pretende acionar o programa judicialmente. Ele foi “caracterizado” de sapo pelo programa, com direito a uma língua saindo de sua boca para fisgar uma mosca. “Estou servindo de chacota. Estão tirando onda”, reclamou. “Fo­mos ridicularizados. Eles têm que se lembrar que somos representantes do povo. Quero a reparação pelos danos”, completou o parlamentar.

Inácio Neto (PSB), que apareceu na gravação correndo pela rua Princesa Isabel para fugir da equipe e não dar entrevista, disse que sequer assistiu ao humorístico, veiculado no final da noite. “Estava em reunião com minhas bases”, explicou. Ele mostrou algumas mensagens com conteúdo de baixo calão que tem recebido, mas declarou ter recebido apoio e que está se colocando à disposição para debater o assunto com quem tiver interesse. O socialista disse ainda que voltaria a correr, caso voltasse a ver a equipe do CQC. “Esse tipo de programa não soma nada à democracia. Eles só querem ridicularizar”, afirmou.

Maré Malta (PSD) - que foi mostrado no programa como um “anjo” por ter afirmado que abriu mão do salário de vereador - revelou ter ficado chateado não com a edição, mas com a repercussão criada por alguns, de que seria obrigado a abrir mão de um de seus salários. “Não fui obri­­gado a me desincompatibilizar de meu trabalho na Polícia Federal porque havia compatibilidade de horários. Cheguei a acumular as duas funções, mas renunciei por princípios e para não negligenciar com as minhas obrigações”, explicou o vereador, que pediu licença da PF. “Minha renda passou de R$ 15 mil para R$ 8 mil. É difícil, mas pelo menos são menos 13 salários para os cofres públicos do Recife. Estou fazendo a minha parte”, desabafou.

A produção do CQC cometeu alguns erros, a exemplo do nome de Jairo Britto (PT), que foi colocado como Rogério Brito, e troca de partidos. Marcos di Bria apareceu como sendo do PTC.

Fonte:Folha de PE

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