terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Estou vivendo um momento meio Clark Kent", diz Mônica Iozzi, nova repórter do "CQC"

Até o dia em que decidiu enviar um vídeo para a seleção do programa de humor "CQC", cuja direção procurava um novo repórter, Mônica Iozzi não cogitava uma carreira na tevê. Nascida em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, a atriz se mudou para a capital para fazer faculdade e passou a investir em uma trajetória ligada ao teatro. "Desde pequenininha sabia que queria fazer algo relacionado a artes. Mas nunca tinha ido atrás de testes para a tevê, nada disso", conta ela, que passou a atuar em grupos de teatro e fazia "bicos" em comerciais e na organização de eventos para complementar o orçamento. Por isso, a decisão de mandar o material para o concurso foi influência direta de sua condição de fã da produção. "Não sou de ver muita tevê, mas o "CQC" era um dos poucos programas que eu sabia o horário e via regularmente. E lembro que, antes de existir o concurso, sempre me imaginava fazendo aquilo", conta.
A atriz e humorista Mônica Iozzi, a única integrante feminina no time de repórteres do "CQC"

A vontade de trabalhar com os "homens de preto" quase levou Mônica a enviar seu currículo para o programa, mesmo sem ter contatos para lhe abrir portas. O medo de que a iniciativa desse errado, porém, a impediu de seguir em frente. "É uma daquelas idéias que parecem tão bizarras que você fala 'que bobagem, não vou tentar'. Parecia algo muito distante. Acabei esperando milhares de pessoas terem a oportunidade de fazer para também tentar", relembra. O arrependimento retroativo, segundo a atriz e repórter novata, serviu ao menos para mudar seu comportamento um tanto receoso diante das próprias vontades. "Eu ficava no plano das idéias. E, de repente, comecei a notar que o que eu tentava acabava acontecendo. Isso foi o que mais aprendi com o concurso: tem uma idéia que parece absurda, mas é o que você quer fazer? Vai e faz. O máximo que pode acontecer é dar errado", ensina.
Outro aprendizado tem sido lidar com a "vida dupla". Até bem pouco tempo desconhecida do grande público, Mônica está descobrindo o poder que seu uniforme de trabalho pode ter. "Estou vivendo um momento meio Clark Kent. Se estou com a minha roupa normal, vivo a minha vida, faço as minhas coisas e nada acontece. Mas a partir do momento que eu coloco esse terno, todo mundo sabe quem sou eu", revela. Mesmo reconhecendo que o assédio tende a aumentar na mesma proporção de sua participação no programa, a jovem de 28 anos garante que tem lidado bem com a abordagem recebida até aqui. "Não estou assustada, ainda. Mesmo porque os contatos são sempre muito carinhosos. As pessoas me incentivam, elogiam, falam que eu estou melhorando", diz.
A fama repentina já causou até certos embaraços em público. Pouco depois de ter sido escolhida para a vaga de oitava repórter do "CQC", a atriz foi surpreendida por uma cobrança indignada de uma adolescente. "Ela falou que me adorava, que tinha torcido por mim, mas questionou eu não ter dado um "selinho" no Rafael Cortez", recorda Mônica, aos risos. A jovem fazia referência a uma brincadeira do repórter que, na etapa inicial de seleção, pediu um beijo à concorrente - que declinou a sugestão do futuro colega. A recusa deixou a telespectadora pasma. "Ela estava brava, inconformada. Disse que 'as mulheres do Brasil sonham com isso'. E ainda arrematou, dizendo que eu não podia namorar trabalhando no programa", conta, às gargalhadas.
Esse, no entanto, parece ter sido o único "porém" em ser uma mulher no meio de tantos homens. Trabalhando com uma equipe que, mesmo por trás das câmaras, é majoritariamente masculina, Mônica afirma que não há expectativa da produção de que seu trabalho deva ter um enfoque "mulherzinha". "Nunca me pediram nada nesse sentido. Quando comecei a fazer as reportagens, nem me preocupei com isso. Claro que tento dar um olhar feminino, mas ninguém me falou o que fazer. Temos liberdade total no trabalho", valoriza.

Fonte:Noticias Bol

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