sexta-feira, 2 de julho de 2010

Com muita classe, uruguaio "dribla" 'CQC' e repórter sueco em respostas

Desacreditados, os uruguaios já ouviram de tudo um pouco nesta Copa do Mundo: de que seriam atropelados pela África do Sul, não passariam da primeira fase, eram fogo de palha... Antes das quartas de final em uma campanha quase irretocável, o técnico Oscar Tabárez escutou de um sueco uma pergunta que deixaria qualquer um irritado para um país bicampeão mundial.

O repórter disse em inglês que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou há alguns dias que os sul-americanos chegaram tão bem neste Mundial pelo empenho em defender o seu país e em seguida indagou: "como é para um país pequeno, como o Uruguai, escutar essa declaração?".

Se em casos de outros treinadores a indagação de chamar uma nação bicampeã do mundo de pequena irritaria, Tabárez deu uma resposta que recebeu elogios de vários jornalistas depois da entrevista.

"Somos um país afastado de triunfos há 40 anos, mas nunca deixamos de ser um dos países de maior cultura futebolística, de identidade com o esporte. Posso contar nos dedos de uma mão os países com uma cultura assim. São os países em que o futebol é realmente um assunto importante", disse.

"O brinquedo mais divertido para uma criança uruguaia é uma bola de futebol, pode ser feita de meia, de pano ou até de papel. Talvez seja por tudo isso que o presidente da Fifa tenha lembrado da nossa identidade futebolística. É um amor que se passa de geração a geração. Não poderia opinar se países da Oceania, Ásia ou América do Norte têm essa cultura. Espero que o mundo olhe um pouco mais para o nosso país, coisa que não tem feito com muita frequência", completou.

Antes de dar um banho no jornalista sueco, Tabárez já havia driblado com muita classe a pergunta do repórter Rafael Cortez, do humoristico CQC, da TV Bandeirantes. O técnico uruguaio foi questionado pelo repórter do programa brasileiro se era mais fácil calar um Maracanã com 200 mil pessoas ou todas essas vuvuzelas na partida contra Gana.

"O Maracanã vamos deixar quieto. Já existem muitos livros sobre esta história, todas as coisas interessantes que se sucederam, a revolução no País de vocês, que perdeu a final. Foi importante para todos, até para o Brasil, que virou a seleção que mais vezes ganhou uma Copa. A vuvuzela é parte do fundo de todas as partidas desta Copa, não vemos problemas".

"Depois de uma disputa das Eliminatórias de forma bastante irregular, eu brinquei com a imprensa do meu país que na Copa não iríamos jogar em casa. Mas quero lembrar que pela primeira vez uma equipe anfitriã não passa de fase no Mundial e a única equipe que derrotou a África do Sul foi o Uruguai. (A vuvuzela) é uma circunstância da partida, vamos assumir e tentar fazer o mesmo que fizemos contra os sul-africanos".

Fonte:Terra

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