Repórter do "CQC" respondeu às perguntas dos leitores e contou que por trás das câmeras é um cara tímido
Esqueça a imagem de “pegador” adquirida pelo repórter Felipe Andreoli, 30 anos, após serem exibidas no humorístico "CQC", da Band, matérias em que ele aparecia beijando algumas fãs. “Eu não sou assim”, diz o jornalista. Andreoli recebeu a repórter Lia Lehr em sua casa, no bairro de Perdizes, Zona Oeste de São Paulo, para responder às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM. Entre os assuntos, o desejo de apresentar um programa de entrevistas e o receio de começar um relacionamento.
1- Qual é seu maior sonho como jornalista?
Ludimila Rosa, Carapicuíba (SP)
Primeiro era cobrir uma Olimpíada e uma Copa do Mundo – e eu já fiz uma Olimpíada na China e uma Copa na África do Sul, que foram duas coisas sensacionais. Acho que os sonhos vão se renovando. Agora uma próxima etapa é ter o meu programa.
2- Marco Luque e Rafinha Bastos ganharam os próprios programas na Band. Já recebeu algum convite para apresentar o seu?
Letícia Gonzaga, Santos (SP)
Sempre tive a ambição de apresentar um programa e fazer uma atração como entrevistador. Fazer um talk show, ou algo nesse gênero. Projetos e propostas? Vou responder igual a jogador de futebol: eu não posso falar nada sobre isso e no futuro, se Deus quiser, a gente vai buscar uma oportunidade (risos).
3- No ano passado, você apanhou de torcedores do Internacional de Porto Alegre. O que houve?
João Pedro Gomes, São Paulo (SP)
O jogo era Corinthians e Inter. Descemos a uma distância do estádio e fomos caminhando até a área de imprensa. No meio do caminho, alguns torcedores covardes do Inter começaram a nos puxar, brigar e a empurrar. Graças a Deus, não aconteceu nada, porque um segurança do clube tirou a gente de lá. Sem dúvida, estádio é o lugar com mais adrenalina para se cobrir um evento.
4- Você se considera engraçado no dia a dia?
Camila Mendes, São Paulo (SP)
Eu me considero bem-humorado. E sou muito reclamão também. Sou um cara que fica indignado quando vê um sujeito que não dá seta no trânsito ou que joga lixo na rua. Quando estou de mau humor, haja paciência, porque sou chato pra cacete. O apelido Chilipe Andreoli faz jus.
5- Já cometeu alguma gafe ou pagou algum mico fazendo matéria para o CQC? Qual foi?
Thayse Cristine Tarossi, por e-mail
Uma vez fui falar com o Roberto Requião, governador do Paraná, e o confundi com Jaime Lerner, arquirrival dele. Ele ficou bravo, achou que era uma piada, mas não era. Eu tinha confundido mesmo.
6- Como é trabalhar em um programa de sucesso?
Rodrigo Teixeira, Brasília (DF)
Trabalhar num programa como o CQC é viver tudo com muita intensidade. O cara que gosta de você gosta muito, e o cara que não gosta, também, te odeia muito. Dificilmente a gente é recebido em qualquer lugar com indiferença.
7- Como é o assédio dos fãs e qual o lado negativo da fama?
Beatriz de Luca, Criciúma (SC)
Eu gosto, mas na medida certa. Por exemplo, quando vou a um show de uma banda que gosto muito, não quero dar autógrafo. Eu quero prestar atenção no show, quero cantar como todos os outros fãs que estão ali. Mas muitas vezes as pessoas não entendem isso. O CQC entrevista as pessoas sem pedir. Então, os fãs acham que podem fazer a mesma coisa com a gente. E, por incrível que pareça, sou um cara tímido e acabo me retraindo.
8- Quando se interessa por uma mulher, utiliza o bom humor para se aproximar? Você namora?
Bárbara Rocha, Rio de Janeiro (RJ)
Se você chegar em uma mulher de mau humor, vai ser difícil conquistá-la. Eu não namoro. Para falar a verdade, eu sinto que hoje é mais difícil, porque, às vezes, estou em um lugar e nunca sei quando a menina olha para mim ou para o cara da TV. As pessoas veem matérias que eu fiz e acham que eu pego todo mundo. Não sou assim, pelo contrário, não sou de quantidade, sou de qualidade. Acho que, para conquistar uma mulher bacana, seja para uma noite, seja para uma vida, tem que fazer bem-feito. E o bem-feito parte do começo.
9- Você fala vários idiomas. Fez cursos ou aprendeu sozinho?
Kadu Chaves, Maricá (RJ)
Estudei inglês dos 9 aos 16 anos. Depois fui autoditada para manter isso. Para treinar espanhol, vejo filme em inglês e coloco a legenda em espanhol. O italiano aprendi no colégio. Mas é uma coisa mais básica, falo tudo no infinitivo. Como a maioria das pessoas não fala italiano, quando me veem falando na TV, acham que sou fluente (risos).
10- O que você acha da censura feita aos humoristas, que não podem satirizar políticos nos programas de humor até a data da eleição?
Solange Soares de Campos, São Paulo (SP)
Acho um absurdo, mas, ao mesmo tempo, nessa época em que tudo dá pano para manga para decidir uma eleição, fica difícil não medir e dividir isso (sobre ter que dar o mesmo espaço para todos os candidatos). Para o nosso trabalho é péssimo.
11- Você já teve algum chefe que não acreditava no seu talento e dizia que você jamais faria sucesso?
Patrícia Xavier, São Paulo, (SP)
Muito pelo contrário, eu sempre tive chefes que acreditavam muito em mim. No meu primeiro emprego, eu trabalhei na Record, no núcleo da igreja universal. Eu fazia de tudo lá, eu comandava o apresentador, editava as matérias, legendava clipes. Depois me deram um quadro no programa "Em Busca do Amor". Eu tinha 19 anos. Hoje eu até brinco no meu show de stand-up e digo que era uma espécie de "Fica Comigo" gospel. Para mim foi uma baita experiência, foi muito legal. Depois trabalhei com o meu pai (o jornalista Luiz Andreoli) em um programa esportivo e ele me deixou fazer reportagens. E depois entrei na TV Cultura como estagiário e fui vídeo repórter. Pouca gente sabe, mas também apresentei um jornal na emissora.
12- Você já conseguiu entrevistar alguém de quem é muito fã? Qual foi a sensação?
Tâmara Rute Santos, Salvador, (BA)
Eu jogo tênis desde criança e sou muito fã do Guga. O Guga foi um cara fora da curva, não é que nem piloto de Fórmula I que o Brasil teve vários bons. No ano passado houve o lançamento de um revista de tênis e eu soube que o Guga ia. Coloquei munhequeiras e uma faixa na cabeça para ficar parecido com ele e fui ao evento. Quando ele entrou, eu fiquei tão feliz, que nem lembro o que perguntei para ele. Só percebi depois, quando assisti a matéria e vi que estava todo abobado. Parecia criança que tinha visto o Mickey (risos). Outro cara que eu gosto bastante e quero entrevistar é o Jorge Ben.
13- Onde busca referências para fazer o seu trabalho?
Fernando Silva Pinto, Uberlândia, (MG)
Como eu não sou um cara do humor, minhas referências são de pessoas que sabem entrevistar. Um cara que eu adoro e não é de humor, chama-se Louis Theroux, um britânico que trabalha na BBC, cujo programa passa na GNT. Ele é um cara que sabe usar a ironia, um humor fino, sabe fazer uma pergunta mais agressiva de uma maneira pueril. Eu acho que isso me inspira mais do que humor. A minha inspiração vem de pessoas que sabem conduzir uma entrevista. Mas tem pessoas do humor que também são referências, como o Bruno Mazzeo. Ele é um observador da realidade muito bom e sabe ser um agressivo inteligente.
Fonte:Quem
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