Tudo bem que ele é pago para ser divertido, acessível e legal. Mas Rafael Cortez abusa da simpatia em uma entrevista. Mesmo conversando por telefone, sem saber ao certo quem é o interlocutor, ele abre o jogo e fala tudo sobre trabalho, família, namoro, assume até os seus defeitos e diz achar que vai morrer cedo. O CQC se apresenta pela primeira vez no Recife, exclusivamente neste domingo (24), às 20h, no Teatro da UFPE.
Rafael Cortez nunca pensou em ser comediante. Antes do CQC, fazia teatro e já protagonizou algumas coisas no cinema. Além da formação em teatro e jornalismo, o humorista também toca violão erudito. Segundo ele, o show De tudo um pouco foi montado para ajudar na elaboração de técnicas de comédia para o programa. “Eu fui praticamente obrigado por mim mesmo a fazer esse show. Eu me vi terminando o ano de 2008 tendo feito muitas matérias, mas não tão boas quanto eu queria. Eu vi que tinha cara-de-pau, carisma, mas faltava repertório. Se você prestar atenção, o Rafinha Bastos, o Marco Luque e o Danilo nunca ficam sem resposta. Eles estão sempre se reinventado como comediantes”, analisa Rafael.
E o plano deu certo. Rafael não só vem se aprimorando como humorista, mas o show também mudou um pouco da sua personalidade. “Antes de montar esta apresentação, eu era muito vaidoso. Achava que eu que tinha que me destacar, não queria ficar por baixo”, revela o humorista. De acordo com ele, o seu personagem Loreno, criado para a internet, o ajudou a ser mais humilde: “agora eu sou o que mais paga mico no programa. Sou eu que sou o veado, eu que faço um golfinho, eu que levo os maiores foras. Eu aprendi a me sacanear. Rir de você mesmo é o melhor remédio para tudo”.
Rafael diz que considera o programa um artifício perfeito para tirar a vaidade e a prepotência das pessoas. Para ele, o CQC tem sim um formato jornalístico, mas que se utiliza do humor como ferramenta principal. “Humor não é só ferramenta para fazer rir. Nós conseguimos inúmeros furos de reportagens com o nosso desprendimento. Tratamos com os políticos mais importantes do País e, por conta do bom-humor, eles acabam entregando as coisas. Eu nunca mais esqueço que a primeira vez que Ciro Gomes se declarou candidato oficial à presidência foi para mim. E quem primeiro conseguiu uma declaração de Lula sobre Obama, também fomos nós”, conta orgulhoso.
Ao ser questionado sobre qual a melhor coisa de ser um CQC, Rafael resume que a melhor é a pior também. “É a falta de rotina. Como sou muito agitado, eu gosto de não saber o que vai acontecer durante o dia, de olhar para a agenda do ano e ver milhares de compromissos”, diz. “Ao mesmo tempo, como vivo muito intensamente as coisas, não tenho nenhuma qualidade de vida. Sei que vou morrer cedo. Eu não como bem, não durmo bem, não me relaciono com mulher...”. Ôpa! – Você não se relaciona com mulher?, questiona a repórter. “Não” – continua, “eu me relaciono com várias”, brinca o ator. “Estou brincando. Eu sou tímido. Gosto de mulher com iniciativa, que pega a chave do motel e chama para o vamos ver”, dispara.
Ele conta que acabou de ganhar dois sobrinhos e que curte muito a ideia de construir uma família, de ter uma namorada, mas que infelizmente não tem tempo para nada. “Mas eu sei que as coisas não são eternas. Sei que um dia toda essa correria acabar, minha agenda vai voltar a ser vazia e ninguém da sua cidade vai me ligar para fazer entrevista”, completa.
Sobre qual a personalidade que mais gostou de entrevistar no CQTeste, Rafael diz que está guardado em seu coração, o dia em que entrevistou o músico João Donato, de quem sempre foi fã. “Eu amo o CQTeste. É o quadro que mais gosto de apresentar. Espero que esse ano eles não tirem de mim...”. O que será que a Band está aprontando?
A repórter faz a última pergunta: – É verdade que você escrevia textos eróticos para celular? “É verdade sim. Eu produzia um quiz com perguntas do tipo: Quem tem glande? a)mulher, b) homem, c) cavalo. E também dicas sexuais. Era divertido.”
E para 2010? “Quero lançar o meu CD de violão, fazer turnê com o show e não vou nem tentar uma namorada, porque sei que não vou conseguir.”
Fonte:JC Online
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